Nas 500 maiores empresas que operam no Brasil, apenas 4,7% dos postos de direção e 6,3% dos cargos de gerência são ocupados por negros (pretos e pardos, segundo classificação do IBGE). Contudo, quando o cenário é convertido para a totalidade da população do país, o número cresce para 54%, de acordo com a última estimativa da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Os dados levantados pelo Instituto Ethos ganham vida no livro “Executivos Negros: Racismo e Diversidade no Mundo Empresarial”, recentemente lançado pela Editora da Universidade de São Paulo.
A inclusão do negro em corporações transnacionais e grandes empresas nacionais privadas em São Paulo foi tema da tese de doutorado de Pedro Jaime, professor da faculdade ESPM-SP, em 2011. O trabalho acadêmico, que deu origem ao livro, dá espaço para as vozes e narrativas de uma categoria social que o autor denomina como “executivos negros”. “Sendo a minha pesquisa socioantropológica, procurei mostrar as vidas que estão por
detrás das estatísticas e os quadros sociopolíticos que as emolduram”, conta o autor, em entrevista à Gazeta do Povo. Pedro Jaime é doutor em antropologia social pela USP e sociologia e antropologia pela Université Lyon 2, na França.
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